Infectologista da Unimed Vale do Aço fala sobre coronavírus


O anúncio da suspeita da 1ª infecção pelo novo tipo de coronavírus no Brasil levantou o alerta ao governo de
Minas Gerais. O caso, que esta sob investigação da Secretaria de Estado de Saúde e outros órgãos, ainda não
apresentou confirmação de que a pessoa esteja, de fato, infectada. Porém, inúmeras notícias, verdadeiras ou não
sobre o assunto, já circulam nas redes. O infectologista cooperado da Unimed Vale do Aço, Dr. Pedro Carneiro,
esclareceu algumas questões sobre a doença.
De acordo com o médico, o alerta emitido por órgãos de saúde do mundo integra um protocolo padrão para este
tipo de patologia. “Todos os vírus causadores de doenças respiratórias fazem parte de um painel internacional de
microrganismos potencialmente causadores de epidemias e pandemias. Na China, surgiram vários casos de uma
doença respiratória aguda, alguns com sintomas mais graves e outros semelhantes a uma gripe comum, porém,
por se tratar de uma doença respiratória teme sua disseminação rápida e em escala global. Portanto, toda vez que em algum lugar do mundo surgirem doenças relacionadas a isso, existe um alerta a ser divulgado, seja pela OMS ou outros órgãos”, esclareceu.
Embora existam comparações do novo agente patológico com a síndrome respiratória aguda grave (SARS),
surgida também na China, as formas de transmissão do vírus em evidência no momento ainda são
desconhecidas.
“O coronavírus tem a capacidade de infectar animais e raramente mamíferos, incluindo os seres humanos. Na
China, os casos foram registrados em uma mesma cidade e as pessoas que apresentam os sintomas tiveram
contato com um mesmo local. Ainda não se sabe do potencial de infecção de pessoa para pessoa ou pelos
animais, nem mesmo a transmissibilidade da patologia. O que sabemos é que se trata de um coronavírus, com
características diferentes”, acrescentou o médico.
O cooperado da Unimed Vale do Aço ainda fez um alerta as informações obtidas pela web e repassadas de forma
descontrolada. “A internet é uma ferramenta importante, até mesmo pra nós médicos, uma vez que ele nos
auxilia a ter informações de doenças ao redor do mundo e várias outras questões. O problema é que a internet
não filtra a maneira de informar as pessoas. Se você coloca ferida na perna, por exemplo, aparecem várias
situações, desde tragédias a casos menores e algumas pessoas tendem a acreditar no que é mais grave. Quando
vamos ao Google, devemos procurar informações em sites confiáveis, como os portais oficiais do Ministério da
Saúde, da Avisa, OMS, entre outros. O problema de se fazer uma pesquisa sem orientação médica é acreditar em
informações não verídicas”, alertou o especialista.
O caso registrado em Belo Horizonte ainda é investigado. Porém, diante de qualquer suspeita, é recomendável
que as pessoas procurem a orientação de um médico.

Veja os países com casos confirmados de coronavírus

Até o momento, coronavírus causou 41 mortes, todas na China, a imensa maioria em Wuhan

Doença surgiu em dezembro, na cidade de Wuhan, na China / DALE DE LA REY / AFP

Doença surgiu em dezembro, na cidade de Wuhan, na China

Segue abaixo a lista dos países que anunciaram casos de contágio de um novo coronavírus, da mesma família da Sars, desde o seu surgimento, em dezembro, em Wuhan, centro da China.

 

CHINA

O país já registrou 41 óbitos e 1.287 infectados, a maioria em Wuhan e em outras 13 cidades da província de Hubei.

As autoridades também confirmaram a segunda morte pelo vírus fora da região de Wuhan, a 2.000 km de distância, na província de Heilongjiang.

HONG KONG

Duas pessoas que estiveram recentemente em Wuhan tiveram resultado positivo nos testes em Hong Kong, onde foram hospitalizadas.

>> Pode haver mais mortes por coronavírus nos próximos dias, diz OMS

MACAU

As autoridades de Macau anunciaram em 22 de janeiro um primeiro caso confirmado nesta região semiautônoma chinesa. É uma empresária de 52 anos que chegou três dias antes de trem da cidade vizinha de Zhuhai.

ESTADOS UNIDOS

Um homem que estava na região de Wuhan foi hospitalizado em Everett, perto de Seattle (costa oeste), onde chegou em 15 de janeiro. Ele entrou em contato com os serviços médicos em 19 de janeiro, após sentir os primeiros sintomas. Uma sexagenária que voltou de Wuhan em 13 de janeiro e vive em Chicago também está infectada com o coronavírus chinês, no segundo caso confirmado no país. As autoridades informaram que há mais 50 casos sob observação.

FRANÇA

Os três primeiros casos na Europa foram confirmados na França nesta sexta-feira. O primeiro é um paciente hospitalizado em Bordeaux, e os outros dois em Paris, informou a ministra da Saúde, Agnès Buzyn.

JAPÃO

Dois casos foram registrados no Japão. O primeiro paciente é um homem que teve que ser hospitalizado em 10 de janeiro devido a febre alta e outros sintomas. Ele tinha acabado de passar alguns dias em Wuhan. O segundo caso é também de um homem, residente da cidade chinesa e que chegou ao território japonês no dia 19 de janeiro.

SINGAPURA

Tem três casos confirmados. Na sexta-feira, as autoridades informaram mais dois casos.

O primeiro caso de coronavírus foi anunciado em 23 de janeiro. Um homem de 66 anos residente de Wuhan, que chegou três dias antes com febre e tosse.

COREIA DO SUL

Até agora, existem dois casos confirmados. O ministério da Saúde mencionou um homem de 50 anos que trabalhava em Wuhan e começou a ter sintomas há alguns dias. Seu diagnóstico foi confirmado nesta sexta-feira.

Em 20 de janeiro, o primeiro caso foi confirmado, uma mulher de 35 anos que viajou para Wuhan.

TAIWAN

O primeiro caso registrado em Taiwan é o de uma mulher  que chegou em 20 de janeiro de Wuhan, onde mora, com febre, tosse e dor de garganta, no aeroporto de Taoyuan, em Taipei.

TAILÂNDIA

O primeiro caso de contaminação do coronavírus fora da China foi registrado na Tailândia em 8 de janeiro. No total, a Tailândia confirmou quatro casos de coronavírus, três deles em cidadãos chineses de Wuhan. A eles se juntam um tailandês de 73 anos que viajou para Wuhan.

Dois dos pacientes chineses foram tratados e já viajaram de volta ao seu país.

VIETNÃ

Dois chineses, um homem que chegou em 13 de janeiro de Wuhan e seu filho, morador da cidade de Ho Chi Minh, no sul do Vietnã, foram hospitalizados, em 17 e 18 de janeiro, respectivamente, em território vietnamita depois de seus testes de coronavírus darem positivo, anunciaram as autoridades em 23 de janeiro.

NEPAL

As autoridades sanitárias do Nepal confirmaram na sexta-feira que um estudante que retornou de Wuhan, na China, deu positivo para o novo coronavírus, tornando-se o primeiro país do sul da Ásia a relatar a doença mortal. O estudante de 32 anos chegou ao Nepal em 9 de janeiro e entrou no Hospital de Doenças Infecciosas e Tropicais de Sukraraj, em Katmandu, quatro dias após apresentar febre e relatar problemas respiratórios.

AUSTRÁLIA

A Austrália confirmou no sábado seu primeiro caso do novo coronavírus. O paciente, um homem, chegou a Melbourne há uma semana procedente da cidade de Wuhan, epicentro da epidemia.