Dia Nacional do Diabetes


 Brasil é o 5º país do mundo em incidência de diabetes com
quase 17 milhões de pessoas afetadas

MILYAN GOMES, MÉDICA

O engenheiro aposentado Edmilson Ribeiro Pereira, de 72 anos, é um exemplo
de superação e de que é possível mudar hábitos e ter uma vida saudável
mesmo com o diagnóstico de diabetes. Edmilson fumou dos 25 aos 39 anos e
parou de beber há apenas dez anos. Ele se considera um alcoólatra, pois não
pode beber o primeiro copo. Além do cigarro e da bebida, o aposentado
também era sedentário e não praticava atividades físicas. Aos 45 anos, mesmo
sem histórico na família, mas com fatores de risco, Edmilson foi diagnosticado
com diabetes.

“Eu virei uma chave na minha vida. Não fumo mais, não bebo. Sou disciplinado
e cumpri certinho tudo o que os médicos me indicaram.  Mudei a minha dieta
completamente. Não como mais pão, doces e pudim que eu amo. Acrescentei
verduras e tudo que fosse bom para a saúde na minha alimentação e passei a
praticar atividade física. Caminho de 5 a 10 km todos os dias. Troquei a bebida
pelo exercício e minha vida mudou completamente. Minha diabetes está
controlada e hoje me sinto muito mais saudável, graças a Deus, aos médicos e
à minha força de vontade”, comenta.

Edmilson é uma das quase 7 milhões de pessoas com diabetes no Brasil. A
doença é uma epidemia global e uma questão de saúde pública que afeta
milhões de pessoas em todo o mundo e preocupa a comunidade médico-
científica. De acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional do
Diabetes, existem mais de 537 milhões de adultos com a doença em todo
mundo e essa condição levou a 6,7 milhões de mortes apenas no ano de 2021-
uma vida perdida a cada cinco segundos.

No Brasil, são mais de 16,8 milhões de casos entre pessoas com idades de 20
a 79 anos, o que nos coloca como quinto país com maior incidência de
diabetes no mundo.  No Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho, é
essencial refletirmos sobre a importância de combater essa doença silenciosa.

O número de pessoas com diabetes nas Américas, por exemplo, mais que
triplicou em três décadas, segundo dados do relatório da Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS). Pelo menos 62 milhões de pessoas vivem com
diabetes nas Américas, número que pode ser ainda maior visto que cerca de
40% das pessoas não sabem que têm a doença.

O que é o diabetes

Milyan Moreira Gomes, médica geriatra e endocrinologista da Usisaúde explica
a complexidade da enfermidade. “O diabetes é uma doença crônica e
complexa. Que resulta de defeitos na ação ou produção da insulina, hormônios
responsáveis por regular os níveis de açúcar no sangue. Ele se manifesta por

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meio de fatores genéticos, biológicos e ambientais, originados em hiperglicemia
crônica- aumento dos níveis de açúcar no sangue”.

A especialista destaca que a obesidade, a má alimentação e a falta de
atividade física são fatores-chave para o aumento alarmante de casos de
diabetes.

Tipos

Existem vários tipos de diabetes, mas os mais comuns são o diabetes Tipo 1 e
Tipo 2. Segundo a especialista, o Tipo 1 geralmente surge na infância ou
adolescência, mas também pode ser adquirido em adultos. Já o diabetes Tipo
2 se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem
apresentar. A doença está diretamente relacionada a fatores de risco como
sobrepeso, sedentarismo, níveis elevados de triglicerídeos, hipertensão e
hábitos alimentares inadequados. Cerca de 90% das pessoas com diabetes
têm o Tipo 2.

Conscientização

O grande desafio no controle e combate ao diabetes está em adotar um estilo
de vida saudável. Por isso, é imprescindível educação e conscientização. “A
prática regular de atividades físicas, aliada a uma alimentação equilibrada, são
as principais medidas preventivas. Além disso, é preciso estar atento aos
fatores de risco como pressão alta, colesterol alto, histórico familiar da doença,
sobrepeso e tabagismo”, pontua Milyan Gomes.

A médica endocrinologista destaca a importância da conscientização para
prevenir e controlar o diabetes. “É preciso que governos, comunidade científica
e sociedade estabeleçam mais campanhas de conscientização e formas de
atuação de controle e combate à doença.  É essencial garantir o acesso a
exames regulares, tratamentos e medicamentos para aqueles que já vivem
com a doença. A conscientização desempenha um papel crucial na luta contra
o diabetes”, conclui a especialista.