CPI de Brumadinho: “Se precisar ir para a Alemanha atrás dos envolvidos no crime, nós vamos”


A frase é do deputado federal André Janones (Avante-MG). Ele esteve na Embaixada Alemã pedindo apoio para investigar a TÜV SÜD, empresa que emitiu laudos atestando segurança e estabilidade da barragem B1.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) – FOTO ABAIXO – esteve, na quarta-feira, 30, na Embaixada da Alemanha, em Brasília, junto com outros membros da CPI de Brumadinho. O objetivo da visita foi solicitar ao embaixador Georg Witschel apoio do Governo Alemão nas investigações sobre o rompimento da barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.

A empresa alemã TÜV SÜD prestava serviços à Vale e é investigada por ter emitido laudos que atestavam a segurança e a estabilidade da barragem. No decorrer das oitivas da CPI, levantou-se que alguns dos profissionais alemães prestadores de serviço à mineradora, não estão mais no Brasil. Por isso, o deputado e outros parlamentares da Comissão disseram que, se for necessário, irão até a Alemanha para tomar os depoimentos.

De acordo com Janones, a CPI pretende ouvir a diretoria da TÜV SÜD, com sede em Munique, para entender as condições à época da emissão do laudo, uma vez que os engenheiros responsáveis, Makoto Namba e André Jum Yassuda, obtiveram na Justiça o direito de permanecerem calados durante as oitivas. Outros funcionários da empresa alemã informaram estarem fora do Brasil e, por isso, não poderiam colaborar com as investigações da CPI. “Se essa é a desculpa deles, não tem problema, nós vamos até lá ouvir cada um e buscar punição para os responsáveis”, garantiu Janones.

A parceria com o Governo Alemão, explicou o parlamentar, é fundamental para a continuidade dos trabalhos da CPI. “Eles são cidadãos estrangeiros e respondem às normas do país deles, mas prestaram serviços aqui. Serviços que, na minha opinião foram criminosos, por isso não estão imunes da responsabilidade que podem ter tido na morte de quase 300 brasileiros. O embaixador Georg Witschel colocou-se à disposição, no que for possível e no que estiver ao seu alcance, para que os trabalhos avancem.”

Conforme o último balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros, 244 pessoas morreram no desastre. Outras 26 ainda estão desaparecidas em meio à lama e rejeitos.