A importância do diagnóstico precoce do autismo e sua conscientização social
O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado no dia 2 de abril, tem como objetivo promover o conhecimento sobre o transtorno do espectro autista (TEA) e reforçar a importância do diagnóstico precoce, da inclusão social e da quebra de preconceitos. De acordo com o médico psiquiatra da Fundação São Francisco Xavier, Dr. Arthur Lobato(FOTO), o autismo é uma condição que afeta o desenvolvimento social, comunicativo e comportamental do indivíduo, e a identificação precoce dos sinais e sintomas pode fazer toda a diferença na evolução
do paciente. “Como em todos os casos da medicina, o tratamento precoce favorece uma evolução muito mais positiva e um melhor prognóstico. Quando o autismo é diagnosticado antes dos cinco anos de idade, o progresso da criança é muito satisfatório. Na adolescência ou na fase adulta, as alterações podem ser até imperceptíveis em alguns casos”, explica o Dr. Arthur.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que, em termos absolutos, mais de 2 milhões de brasileiros vivam com o transtorno, embora esse número possa ser ainda maior devido a subnotificação e falta de diagnóstico em muitas regiões. No entanto, especialistas ressaltam que a conscientização tem aumentado e os serviços de apoio e tratamento estão se expandindo para garantir que essas crianças e adultos recebam a assistência necessária.
O psiquiatra destaca que o autismo pode se manifestar de diferentes formas e graus de intensidade e que a intervenção precoce ajuda na inclusão, tanto no ambiente escolar quanto no mercado de trabalho. “Existem diferentes graus de autismo e, em alguns pacientes o tratamento é tão positivo que, em algumas situações, conseguem realizar tarefas de forma até mais eficiente do que pessoas sem a condição. A principal barreira hoje é o preconceito. As pessoas precisam
entender que a inclusão vai além da simples adaptação. Ela envolve uma mudança de atitude, uma conscientização dos ambientes e da sociedade como um todo”, afirma o especialista.
Arthur destaca que a escola, muitas vezes, é o primeiro ambiente onde o autismo é identificado, sendo fundamental o papel dos professores nesse processo. “Eles são muitas vezes os primeiros a perceberem sinais do transtorno. Uma criança com autismo pode ter dificuldades com interpretação de texto, escrita ou em acompanhar o raciocínio da sala. O apoio dos educadores é essencial, assim como pequenas adaptações no ambiente escolar que podem fazer uma grande diferença no desenvolvimento do aluno”, afirma o psiquiatra.
Em relação ao tratamento, o médico reforça que as terapias comportamentais são essenciais. “O uso de medicamento é uma medida complementar, quando as terapias não farmacológicas não são suficientes. O essencial são as terapias comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a terapia ocupacional, musicoterapia, psicopedagogia e atividades
físicas”, destaca o psiquiatra.